Brasile-Portogallo-Angola
P. AVELINO DOS SANTOS CLAUDIANO |
Storia
SOCIEDADE DE SÃO PAULO EM PORTUGAL
No dia 18 de Outubro de 1943, chegou a Lisboa o primeiro sacerdote paulista, Pe. Benedito Boano Xavier, com o encargo de implantar em Portugal a Sociedade de São Paulo. Acolhido pela comunidade salesiana, foi logo apresentado ao Cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira, não sem antes lhe chamarem a atenção que não poderiam dar-lhe abrigo por mais de 30 dias. No entanto, o senhor Patriarca de Lisboa confiou-lhe a capelania das Irmãs Escravas da SS.ma Eucaristia e da Mãe de Deus e o encargo de coadjutor na Paróquia da Penha de França (na altura com 40 000 habitantes), no centro leste de Lisboa, funções que desempenhou até 1946.
Durante os três anos seguintes em que esteve sozinho em Portugal, o Pe. Boano Xavier ambientou-se na Paróquia da Penha de França, adquirindo uma experiência pastoral que lhe foi de grande ajuda ao ser encarregado das paróquias do Lumiar e da Ameixoeira (no norte de Lisboa).
No dia 15 de Maio de 1946, o Pe. Boano Xavier recebe a visita inesperada do Pe. Tiago Alberione. Havendo terminado a Segunda Guerra Mundial, o Primeiro Mestre, após ter visitado as Casas de Espanha, passou por Lisboa. Vindo de Madrid, o Pe. Alberione chegou a Lisboa sozinho. Conheceu a família Monteiro (onde se hospedava o sacerdote paulista), e o Pároco da Penha de França. Na mesma ocasião, visitou também o Núncio Apostólico. Ao ser recebido pelo Cardeal Patriarca, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, a quem expôs os objectivos da actividade apostólica dos Paulistas, o Pe. Alberione ouviu dizer àquele Prelado: «O Senhor fez grandes coisas em si!»
Antes de regressar a Roma, mas já inteirado das condições de pobreza e solidão em que vivia o Pe. Xavier, o Pe. Alberione prometeu enviar-lhe ajuda. Entretanto, o Sacerdote aproveitara os 3 anos que mediaram entre 1943-46 para criar laços de amizade e contornar dificuldades. A sua presença nas Paróquias do Lumiar e do Paço do Lumiar facilitou-lhe o conhecimento de pessoas influentes e ricas. Em 1946 e com a ajuda delas, alugou uma casa no Paço do Lumiar, junto à capela de S. Sebastião, onde acolheu os dois novos sacerdotes paulistas chegados de Itália, o Pe. Tiago Giraudo e o Pe. Gabriel Galasso, e as primeiras seis vocações que tinha cativado com a sua acção de pastoral vocacional. A casa alugada logo se tornou pequena com a chegada desses seminaristas e com a previsão de outras entradas.
Entretanto, o Pe. Xavier tinha posto os olhos na Quinta de S.to António, com uma casa apalaçada de três pisos, na Rua do Lumiar, N. 167, ao cimo da Calçada de Carriche (norte de Lisboa). Com a ajuda de uma benfeitora, Dona Maria de Melo, irmã do Director do Banco Espírito Santo, e a mediação (também financeira) do Rei da Itália, comprou essa propriedade. Após algumas obras de adaptação, ali se instalou a comunidade. No dia 7 de Outubro de 1947 era celebrada a primeira missa nas novas instalações, que dispunham de quartos individuais para sacerdores, camaratas para os seminaristas, salas de estudo e de aulas, refeitórios, capela, amplas áreas para recreio, espaço para uma tipografia e áreas contíguas mas separadas para residência das Irmãs Discípulas do Divino Mestre, além de uma quinta com hortas, vinhas (algumas em latadas de ferro em arco), pomares, poços de nascente, tanques de água e jardins, estábulos para animais e casas para os caseiros.
Da Itália chegaram sucessivamente mais recursos humanos, cujos nomes e tempo de permanência em Portugal se refere: Pe. Carlos Parararo (1947-49), Ir. Francisco Zanoni (1948-55), Pe. Tarcisio d'Erasmo (1949-50), Pe. António Tacconi (1949-54), Pe. Domenico Ambrogio (1950-51) Pe. Gino Cafarri (1952-68 - falecido na Apelação), Pe. José Baratelli (1950-2000 - falecido na Apelação), Pe. Francisco Caponi (1951-71), Pe. Lourenço Costa (1955-69). Estes recursos humanos foram uma ajuda preciosa para o Pe. Xavier (Superior até 1955); efectivamente, graças à acção de promoção vocacional e apostólica do Irmão Zanoni, e a um catálogo de livros que o Superior enviou aos Párocos, a casa enchia-se de vocações, às quais era preciso dar aulas e orientar no apostolado.
Nesta nova casa do Lumiar, chegaram a viver cerca de 50 pessoas (Padres, Irmãos e Seminaristas). Os primeiros frutos desta nova comunidade apareceram entre finais da década de 50 e meados da década de 60: emissão de votos perpétuos dos futuros padres Virgílio Ribeiro da Silva, António Nunes Duarte, Manuel Marques, Adérito Lourenço Louro, João Gomes Filipe, José Bento Nunes Duarte e dos Discípulos Ir. Armando Paulo Barata e Ir. José Araújo, e com a ordenação do primeiro paulista português, Pe. Virgílio Ribeiro da Silva, a 25 de Janeiro de 1957. Ainda no final dos anos 50, os rapazes que terminaram os estudos liceais foram mandados para Itália, a estudar Teologia no Colégio Teológico Internacional de Roma; enquanto, já nos anos 60, os Postulantes rumaram uns para Espanha, outros para Óstia (Itália), onde fizeram o Noviciado; todos, porém, receberam os primeiros anos de formação na casa do Lumiar. Foi Superior, nesses anos, o Pe. Tiago Giraudo (1955 até 1962).
Nos finais dos anos 50, a Câmara Municipal de Lisboa informou a SSP que entraria em processo a expropriação da Quinta do Seminário Paulista, porquanto nessa área devia passar uma auto-estrada de ligação da cidade capital à zona oeste. E sugeriu a venda do imóvel, para evitar danos maiores à Congregação, em caso de expropriação compulsiva. Ao mesmo tempo que se começou a entabular negociações com a Câmara, o Superior Pe. Tiago Giraudo começou a procurar um terreno onde fosse possível edificar uma casa que respondesse aos desafios comunitários e apostólicos. Encontrou-se uma Quinta com cerca de 16 hectares, na freguesia de Apelação, no concelho de Loures.
No dia 25 de agosto de 1958 o Superior pediu à autoridade eclesiástica licença canónica para comprar esse terreno e instalar nele o Instituto Missionário Pia Sociedade de São Paulo. A autorização chegou cinco dias depois (30 de agosto de 1958). Com o dinheiro da venda da Quinta do Lumiar à Câmara de Lisboa, O Pe. Tiago Giraudo iniciou a construção da nova casa, que veio a receber os primeiros residentes – um grupo de noviços, que todos os dias andava num vaivém do Lumiar para Apelação e viceversa – em Outubro de 1961. A 15 de Julho de 1962, o edifício ficou totalmente construído. O promotor da obra, Pe. Tiago Giraudo, terminado o mandato em 1962, foi enviado para o Brasil.
Nos dois anos seguintes (de Julho de 1962 até ao mês de agosto de 1964), a vida da Congregação em Portugal foi orientada pelo novo Superior, Pe. Gino Pizzeghello. Revelou-se um homem de horizontes vastos. Procurou dar novo impulso ao apostolado e consolidou uma nova fase de vida comunitária e apostólica que se exigia nos anos difíceis da pós-construção da nova casa.
No dia 6 de Novembro de 1962 pediu-se a licença canónica para abrir um Oratório para conservar as Sagradas Espécies. O pedido foi deferido a 9 de novembro de 1962. Só a 30 de dezembro de 1982 se fez o pedido de abertura do Seminário. No dia 18 de Janeiro de 1983 obteve-se a respectiva licença canónica do então chamado Seminário de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, em Apelação. Contudo, já no princípio dos anos 70, o número de pessoas a habitar nas novas instalações ultrapassava uma centena (Professos, Aspirantes e Irmãs Discípulas).
Passadas quase duas décadas do termo da construção, entre 1980 e 1982, e sendo Superior o Pe. Adérito Lourenço Louro e chefe de obras o Ir. Paulo Barata, parte das instalações sofreram grandes remodelações, quer no sentido de se obter mais conforto nas áreas habitacionais quer para responder a novas e inadiáveis exigências do apostolado: gabinetes de Redacção, serviços administrativas e comerciais.
No dia 25 de Julho de 1987, o novo Superior Regional, Pe. Tiago Giraudo, recebeu do Bispo de Leiria-Fátima licença canónica (pedido feito no dia 6 do mesmo mês) para proceder à construção da Casa de Formação da SSP em Fátima. Os trabalhos de construção começaram no dia 18 de Outubro de 1987, com o lançamento da primeira pedra, na presença do então Superior Geral, Pe. Renato Perino e do primeiro Superior da primeira Casa de Portugal, Pe. Boano Xavier, precisamente no 44º aniversário da chegada deste sacerdote a Lisboa. A casa foi inaugurada a 7 de Outubro de 1990, na ocorrência da celebração da Missa Nova do Pe. Franscisco Rebelo, que ali fizera a sua Profissão Perpétua, em 24 de Setembro de 1989.
No dia 11 de Julho de 2010, após tratativas com D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, e anuindo ao seu expresso desejo de ter o carisma paulista na sua Arquidiocese, o Superior Regional formulou àquele Prelado o pedido de abertura de uma comunidade da SSP em Soutelo. A 2 de Novembro de 2010, a Sociedade de S. Paulo recebeu o consentimento canónico para abrir uma comunidade naquela diocese, ficando com a Capelania do Santuário de Nossa Senhora do Alívio.
Correspondendo a esta ânsia apostólica que impele os Paulistas de Portugal a atravessar os mares, na senda dos missionários Portugueses, o Superior Geral, Pe. Valdir José de Castro, erigiu canonicamente a abertura de uma nova comunidade na cidade de Benguela, ao sul de Angola. Esta teve lugar no dia 26 de novembro de 2016, dia da festa litúrgica do Beato Tiago Alberione. A erecção canónica da Comunidade foi precedida da devida autorização concedida pelo Bispo, Mons. Eugenio Dal Corso, em 13 de Dezembro de 2012.
Em coincidência com o aniversário da erecção canónica da Comunidade, foi celebrada uma Eucaristia, na catedral de Benguela, presidida pelo P. José Passasi Nassário, secretário do Instituto Superior de Teologia de Benguela. Na homilia, o sacerdote sublinhou a importância do carisma paulista na Igreja e a alegria da diocese em poder contar agora com uma comunidade paulista.
Na qualidade de Delegado da comunidade, o Diácono Fredy Moreno referiu-se, na sua intervenção, à grande obra do Fundador, da nossa missão paulista de anunciar Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida na comunicação e com a comunicação, tendo em conta os diferentes desafios que a Igreja e a sociedade em Angola vivem, na hora actual. No final da missa, seguiu-se um momento de convívio com alguns amigos, entre eles o P. Mateus Camota, a benfeitora Cassinda de Carvalheda e seus netos.
Os Paulistas estão presentes em Angola desde 21 de março de 2014, data em que o Ir. Carlos Adélio Alves da Cruz foi enviado para a cidade de Benguela, a fim de gerir uma livraria paulista.
PRINCIPAIS INICIATIVAS APOSTÓLICAS
1944 – impressão dos primeiros livros “A grande promessa de Nossa Senhora de Fátima”) e venda de livros produzidos no Brasil com um catálogo específico
1946 – impressão do catecismo “O meu Senhor”
1947 – jornal “O Semeador”, depois “O Domingo” (encerrado nos anos 60)
1949 – compra da primeira Linotype e máquina de impressão
1952 – Livraria em Lisboa (na Rua S. Sebastião da Pedreira, transferido em 1957 para o Largo Trindade Coelho, e em 1973 para a Rua S. Nicolau)
1954 – Revista “A Família Cristã”
1970 – Início edição de discos
1984 – Livraria em Gaia (encerrada em 2001)
1990 – Livraria em Fátima
1993 – Edição da Bíblia Sagrada
1997 – Livraria em Fundão (encerrada em 2006)
2002 – Revista Liturgia Diária
2003 –Livraria em Entroncamento
2007 – Livraria em Covilhã
2007 – Livraria em Ponta Delgada
2008 – Apostolado radiofónico (programa Caminho de Emaús)
2009 – Nova Edição da Bíblia Sagrada (revista e aumentada)
2009 – Revista Síntese
2009 – Edição do Missal Quotidiano
2012 – Edição do YOUCAT
2012 – Produção documentários vídeo (Esta é a nossa fé)
2013 – Livraria em Benguela (Angola)
2013 – Livraria em Tomar
2014 – Revista Liturgia Diária Júnior
2014 – Criação do Prémio Paulus de Edição
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